sábado, 17 de setembro de 2011

Portugal , ou um mau Thriller cheio de Spoilers

 Ai Portugal, Portugal, parece que todos te querem mal.

Quando diariamente leio as notícias Nacionais sinto que o meu cérebro vive num plano de consciência paralelo. A maioria das "notícias" são enunciadas com um tal estado de surpresa e de escândalo sensacionalista como se todos os caracteres impressos fossem proferidos em voz estridente pela boca de Gargântua da Manuela Moura Guedes. E a  maioria das "notícias" não são notícia para ninguém, apenas para quem convém que assim o pareça. Ora vejamos o exemplo:

"As dívidas ocultas da Madeira obrigam Portugal a rever o seu défice!" 















Alguma novidade nesta manchete? Nenhuma. O ar de surpresa de todos os nossos (des)governantes é ridículo. Reconheço-lhes até as capacidades dramáticas de um jovem actor dos Morangos com Açúcar. Ou seja: nenhumas.


Alberto João Jardim tem tanto de democrático como eu de atleta: ambos podemos tentar fingir que o somos, mas falta-nos o talento natural e vá, a vontade sequer de fazer um pequeno esforço em tentar ser aquilo que não somos. Figuras como o Rei Bobo só podiam existir mesmo em Portugal. E porquê? Porque no fundo somos um País idiota e cretino no que concerne à democracia. Acenem-nos com uns sorrisos e umas festinhas de Carnaval e/ou electrodomésticos e votamos em quem quer que seja. Desde que alguém faça as coisas por nós estamos bem. E mesmo que seja a esconder maços de notas de €uros nas cuecas











nós olhamos para o lado e assobiamos....


Meus caros Madeirenses (e aproveito esta frase para pedir desculpas, de antemão, a todos os madeirenses de quem gosto, aos de quem não gosto e àqueles que não conheço e não quero conhecer), a culpa deste mega-buraco do défice não é do Alberto João Jardim, é vossa. E é vossa porque vocês são estúpidos. Dar algo tão importante como um voto a um canalha é um atestado de estupidez. E vocês, durante décadas, foram diagnosticados com a mais singela estupidez. Mas não se acanhem, porque nós, no "Contnente" (Dito com o sotaque do AJJ) também somos estúpidos. E talvez sejamos ainda mais do que vocês. Constantemente damos o nosso voto a pulhas sem ideologia e sem motivação real de evoluir o País. Aliás, corrijo-me, a ideologia existe e chama-se dinheiro. No bolso deles de preferência, que nós somos todos estúpidos e não sabemos o que fazer ao pouco dinheiro que temos.

Conclusão, madeirenses e restantes continentais, é que somos todos um povo só porque mais do que tudo somos democraticamente estúpidos. Estamos intelectualmente e ideologicamente para a democracia como o personagem Sloth no magnífico Goonies para o restante elenco. Ou seja, somos mesmo estúpidos.

A surpresa do carácter do AJJ é como uma má-revelação num thriller de fraca qualidade: desde o primeiro minuto do filme que sabemos que aquele tipo com ar de quem nos vai enfiar uma faca pelo peito repetidas vezes e nos vai tirar a carteira do bolso post-mortem é o vilão. Recentemente o Ocidente descobriu que o Muammar al-Khadafi era um ditador. Wow! Só agora? Really? Descobrimos ontem que o Jardim é um canalha sem escrúpulos. Who would say so? No Predators, de 2010, descobrimos quase no fim que o Topher Grace era o real psicopata no meio daquela gente toda. E eu não fiquei surpreendido.

A diferença é que nos filmes o vilão é, quase sempre, punido (esventrado, defenestrado, decapitado, envenenado, exterminado, etc..). Na vida real Portuguesa não é bem assim, amanhã o Benfica joga e já ninguém se lembra de nada. Recandidatam-se e são reeleitos.

Só os nossos bolsos, e o nossos espírito, mais leves, dão conta da pulhice.





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